Em 1812 um membro do clã Prodigy, violou um pacto entre
Vampiros e Feiticeiros, matando e se alimentando do filho de um poderoso mago
ermitão. Furioso, Shaklam lançou um feitiço sobre os 11 membros do clã,
transformando todos em estátuas de pedra.
Quando a maldição caiu sobre os vampiros, achavam que o
feitiço fosse permanente, mas em pouco tempo descobriram que a maldição permite
que eles retornem à vida durante 1 noite à cada trimestre, sobre o luar do
solstício ou equinócio de cada estação do ano.
Devido à um tratado entre os Vampiros e a Ordem Secreta dos
Templários, onde ambos tinham a missão de servir e proteger um ao outro, o clã
foi convidado à se refugiar no cemitério de Père-Lachaise
em Paris, onde lá receberiam proteção e ficariam sobre os cuidados dos membros
Templários em período vitalício.
Atualmente apenas 5 membros do clã Prodigy, se encontram
abrigados no cemitério Père-Lachaise e entre
desavenças e romances, eles tentam tirar ao máximo de proveito de suas escassas
noites.
EQUINÓCIO DE PRIMAVERA (PARTE 1)
20 de Março,
O sol se põe e após três meses adormecidos, os vampiros
petrificados despertam.
Com a mão sobre o rosto, Dominick abre os olhos e observa
por entre os dedos se não há ninguém por perto, e ao se assegurar disto, ele dá
uma leve alongada em seu pescoço e em seguida salta da tumba, à qual costuma
hibernar.
Não muito distante dalí, Ruby, uma jovem vampira do final do
século 18, desperta retirando as flores sobre sua roupa, deixadas ali por
familiares e amigos daqueles que descansam no túmulo o qual ela habita em
período de hibernação.
Dorian e Damian são irmãos e ambos costumam hibernar no
mesmo mausoléu, um ao lado do outro, mas não se deixe enganar pelas aparências,
eles não são tão unidos como deveriam ser, e ao despertar mal costumam se
olhar, apenas descruzam os braços que apoiam as mãos que escondem suas faces e
retiram o capuz sobre seus rostos e dessem da coluna que os erguem e seguem por
caminhos distintos.
A encantadora Jessie, sempre desperta e espera em seu devido
lugar até que o seu amor platônico Dominick, passe para lhe buscar.
Após despertos, todos seguem para a capela situada no
próprio cemitério. Dominick, antes de se encontrar com Jessie, tem como de
costume, passar pela tumba do vampiro Dylan, o qual por alguma razão jamais
despertou desde que chegaram no cemitério de Père-Lachaise.
Talvez na esperança de algum dia despertar e poder encontrá-lo acordado, pois
por muitos anos, eles foram grandes amigos.
Recém acordados, os vampiros sentem uma fome descomunal,
então seguem para uma passagem secreta
que os levam para o subsolo da capela, onde lá se encontram com os sacerdotes
da Ordem dos Templários, o qual detém um voto de fidelidade e lá são alimentados
para que consequentemente possam perambular até voltarem à hibernar no final da
noite.
– Boa noite crianças, alimentem-se. – Falou o sacerdote
Olivier estendendo sua mão sobre a mesa onde haviam 5 pessoas amarrotadas
prestes a se tornarem o banquete da noite.
Aquele recinto tinha uma característica antiga, preservada
por gerações, eles tinha velhos costumes e hábitos peculiares, sempre regido à formalidades
e à tradições.
E após a euforia animalesca de se alimentar, a ingênua
Jessie pergunta: – O que faz com eles
após dissecados?
– Nós os cremamos! –
Ressaltou o sacerdote.
– Como os escolhem? –
Perguntou Damian, limpando o sangue que escorria de sua boca.
– São mendigos, indigentes, pessoas esquecidas em reformatórios
ou penitenciárias, turistas e até mesmo adoradores do vampirismo que se dispõe
em ajudar sem saber a gravidade de sua escolha.
– Respondeu o sacerdote.
E conforme iriam se saciando, os vampiros agradeciam e se
retiravam do recinto, seguindo cada um em seu caminho, em busca de diversão na
vasta noite da cidade de Paris.
Um pouco antes do amanhecer, todos deveriam está de volta,
pois assim que os primeiros raios de sol ofuscassem sobre suas peles, eles se
tornariam estátuas de pedra. Damian foi o último à retornar, ele se posiciona
ao lado do irmão e aguarda o suave toque do crepúsculo, que se aproximava
lentamente rastejando-se pelo chão até o seu desfecho, e assim que o toca,
antes da transformação, ele observa ao seu redor por entre os dedos e em seu último
piscar, ele percebe que de todos, a Ruby não havia retornado.
Continua...
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